domingo, 5 de maio de 2013

AMYR KLINK: "NAVEGAR É PRECISO E VIVER É PRECISO!"



As três filhas, à direita, e sua mulher, à esquerda

O navegador Amyr klink e sua família - a mulher e fotógrafa Marina Klink e três filhas - participaram ontem de edição do 'Sempre um papo', no Sesc Palladium, onde narraram suas peripécias marítimas. Após o evento o navegador, simples e simpático, como toda a família, concedeu entrevista ao blog, que segue:

Blog - Amyr, o poeta Fernando Pessoa publicou que "navegar é preciso, viver não é preciso". Você navegou muito na vida, como é essa emoção?

Amyr Klink - Eu fui iniciado no mar através das letras. Aliás, muita gente pensa que isso é do Fernando Pessoa ou até do Caetano Veloso, que musicou, mas acho que é de um comandante grego, Plutarco, conclamando seus homens. (Amyr Klink fez bom alerta. Porém, segundo o site www.brasilescola.com a frase foi proferida, na verdade, pelo general romano Pompeu, e narrado por Plutarco, historiador também romano. LEIA AQUI) Mas o engraçado é que eu comecei a me interessar pelo mar através das letras, e Pessoa é um dos autores dos quais eu gostava muito. Aos poucos fui me envolvendo de maneira real com os barcos, e é algo de que eu gosto bastante. Tenho um respeito especial pelos livros, que foram os motivadores para eu me interessar pelas coisas do mar.

Blog - E com isso você navegou muito e viveu muito, não é? Passou pelo Triângulo das Bermudas? (risos)

Amyr klink - Passei próximo, mas nas Bermudas mesmo, não. E para falar a verdade, as histórias de lá não me assustam nem um pouquinho. Tenho mais receio de outros problemas práticos de lá, das tempestades, da pirataria, do (Francis) Drake... O Triângulo não me assusta, não. (risos)

Blog - Você foi o primeiro a atravessar o Atlântico Sul num barco a remo. Como foi tomar essa decisão? A expectativa, a emoção de viver isso, a ousadia, a possibilidade de tudo, mesmo com todo seu conhecimento e preparo...

Amyr Klink - O ineditismo foi uma casualidade, não fiz para ser o primeiro. Inicialmente achei a idéia absurda. Depois que estudei outras tentativas, fracassadas, no Atlântico Norte, estudei mais e busquei formas de resolver os problemas. Então foi um movimento gradual que se transformou numa experiência real. Hoje muita gente só faz as coisas buscando fama, glória... Eu não busquei isso, e penso que quem age assim pode acabar quebrando a cara.

Bolg - Então, navegar é preciso e viver é também preciso?

Amyr Klink - Os dois, é claro!


E aqui, Maria Bethânia canta Caetano: Os argonautas

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